Autoconhecimento

 Tudo começa aqui. O traceur revela sabedoria ao reconhecer sua próprias falhas e incertezas, admitindo-as. Esta é a forma mais genuína de respeito para consigo mesmo. O verdadeiro traceur sabe que é perfeitamente natural ter falhas e incertezas, porém trabalha para mudar e ir além dessas limitações. Uma coisa é conhecer seus limites, outra é transformá-los em limitações absolutas. A relação entre o traceur e sua movimentação em qualquer que seja o ambiente é um perfeito reflexo da relação que ele tem consigo mesmo.  Quando ele aceita quem é e faz o que é necessário para superar as próprias limitações, ele atua de forma consistente nos seus níveis máximos de desempenho.

 A maioria dos problemas que surgem no decorrer dos treinamentos está diretamente relacionada à sua incapacidade ou relutância em se aceitar. Se ele não se aceita, se nega ou luta contra quem ele é, as chances de mudança ou crescimento ficam imensamente reduzidas pois quando se aceita, ele sabe quem é, do que é capaz, suas fraquezas, pontos fortes. E aí, sim, está mais apto a fazer o que é necessário para melhorar seu desempenho na prática e na vida cotidiana, em posse de informações honestas sobre seu estado atual, física e mentalmente.

 O autoconhecimento leva ao desenvolvimento de uma auto-imagem e uma auto-sugestão mais positiva, ou seja, ao desenvolvimento de imagens e palavras que definem claramente seus aspectos positivos e criam uma visão do que é possível alcançar. Para isso, é preciso que ele enfrente os obstáculos, analisando-os por padrões e atitudes que facilitem o seu desenvolvimento como traceur e como pessoa. Quando a relação consigo mesmo estiver funcionando, sua vida esportiva e pessoal também estará!

 Vale ressaltar que nem sempre a busca pela excelência do seu próprio ser vai ser pavimentada por constantes vitórias. De fato, aqueles que hoje “vencem”, perderam mais batalhas do que aqueles que desistiram sequer tentaram. Em uma analogia, podemos dizer que a diferença entre um mestre de artes marciais e um aluno é que o mestre falhou muito mais vezes do que o aluno sequer tentou. Então às vezes, ser honesto consigo mesmo vai significar parar e dizer “Hoje eu não vou conseguir, já tentei mil vezes e o movimento não sai” e isso diz uma importância sobre você que é valiosíssima: você tentou mil vezes, cada vez acreditando que conseguiria naquela repetição. Você falhou, naquele dia, mas tentou mais do que alguns se comprometem a tentar e isso é um importante passo de sua evolução. Podemos então concluir com uma associação direta: quanto mais você falha, maior é o autoconhecimento. E quanto maior o autoconhecimento, adivinha só: maiores chances de vencer, atingir o objetivo, conquistar o movimento.

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